eXistenZ is real

quarta-feira, maio 18, 2005

Fim da paragem... Encontramo-nos noutro blog perto de si!

O tão prometido separar águas… ou não!

Chega de indirectas, chega de respostas evasivas, chega de fingir empatias que o são, chega de jogos de palavras e citações de outros… Morra o Dantas morra… Pim!


É assim que se poderia caracterizar o estado de espírito do autor aquando a escrita deste post. Neste estado de espírito aproveita ele agora para cumprir uma promessa antiga – dizer preto no branco, da forma mais sincera e objectiva possível, a trama de sentidos que se tem vindo a desenrolar. Tarefa à primeira vista de difícil concretização… Mas deixemos as palavras fluir e a “caneta” ditar o rumo que quer levar.

Antes de haver qualquer conhecimento prévio dos “eus” em causa nesta história existe o desconhecimento. Após o primeiro contacto (falado e escrito) passam a existir versões desses “eus”. É nesta tensão entre diferentes versões que poderão subsistir as dúvidas, os mal-entendidos…

Tolo aquele que acredita na imagem idealizada numa só ocasião… tolo aquele que acredita na existência de uma qualquer Maat! Mas mais tolo é aquele que não acredita na existência dela ou que não tem qualquer imagem idealizada apenas um encontro depois. Pode parecer paradoxal à primeira análise, mas não o é… de Todo!

Digamos antes que as relações têm altos e baixos, acreditando-se uma vez, desconfiando-se outra. No final é somar e teremos o resultado. Quando chegaremos a esse final? Quando poderemos dizer que confiamos numa pessoa? Quando poderemos dizer se existe algo mais do que desejo por uma pessoa? Pois… isso já é mais complicado. Existe apenas uma certeza, no fim todas as variáveis mandam e todas elas influenciam-se umas às outras.

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terça-feira, maio 17, 2005

Será ambiguidade? Fica a questão...

« A Mentira é a recriação de uma Verdade. O mentidor cria ou recria. Ou recreia. A fronteira entre estas duas palavras é ténue e delicada. Mas as fronteiras entre as palavras são todas ténues e delicadas.

Entre a recriação e o recreio assenta todo o jogo. O que não quer dizer que o jogo resulta sempre. Resulte seja o que for ou do que for.

A Ambiguidade é a Arte do Suspenso. Tudo o que está suspenso suspende ou equilibra. Ou instabiliza. Mas tudo é instável ou está suspenso.

Pelo menos ainda.

Ainda é uma questão de tempo. Tudo depende da noção de tempo ou duração ou extensão. A aceleração do tempo pode traduzir-se pela imobilidade pois que a imobilidade pode traduzir-se por um máximo de aceleração ou um mínimo de extensão: aceleração tão grande que já não se veja o movimento ou o espaço ou a duração.

Tudo está sempre a destruir tudo. Ou qualquer coisa. Ou alguém. Mas estamos sempre a destruir tudo ou qualquer coisa. Ou alguém.

Os construtores demolem. No lugar onde estava o sopro, pormos pedras ou palavras: sinónimo de construção. Ou destruição. Ou acção. »

Ana Hatherly, in 'O Mestre'

segunda-feira, maio 16, 2005

Lei da Natureza...



quinta-feira, maio 12, 2005

Para ler...

O médico que me tratava – o que me proibira qualquer viagem – desaconselhou os meus pais a deixarem-me ir ao teatro; iria voltar doente, talvez por muito tempo, e no fim de contas teria mais sofrimento que prazer. Esse receio poderia ter-me detido se o que eu esperava daquela representação fosse apenas um prazer que ao fim e ao cabo, por compensação, pode ser anulado por um sofrimento posterior. Mas – tal como à viagem a Balbec ou à viagem a Veneza que tanto desejara – o que eu pedia àquela matinée era uma coisa muito diferente de um prazer: verdades pertencentes a um mundo mais real que aquele em que vivia, e cuja aquisição, uma vez feita, que não poderia ser arrebatada por incidentes insignificantes, ainda que dolorosos para o meu corpo, da minha experiência ociosa.

Marcel Proust – Em busca do tempo perdido: à sombra das raparigas em flor.

terça-feira, maio 10, 2005

Prisioneiros do Desejo


Infinite triangle I - Kozhevnikov

domingo, maio 08, 2005

Personificação dos deuses...

Epimeteu

Deus grego que acolheu a bela Pandora, enviada por Zeus com um presente, uma caixa que continha todos os males dos homens. Quando Epimeteu abriu-a, a maldade espalhou-se pela terra possuindo todos os seres.


Personificação dos deuses...

Loki

Filho dos gigantes Faubarti e Laufey, irmão de criação de Odin.Ele tem o poder de metamorfosear-se no que ele quiser. Loki é, sem sombra de dúvida, o mais complexo de todos os deuses nórdicos. Ele não é apenas trevas, como dizem alguns, nem tampouco um demónio, como dizem outros. Ele é mais complicado do que isto. Chamado de O Astuto, O Embusteiro, O Viajante dos Céus, Loki é um confrontador dos deuses, ele é o agente que dá dinamismo a quase todas as sagas dos deuses - às vezes, ele é o causador dos desastres, às vezes ele é o salvador, muitas vezes, o conselheiro. Há um relacionamento muito estranho entre eles e os outros deuses. Ele mente descaradamente, mas também diz verdades. Ele não segue regras nem padrões.


Personificação dos deuses...

Neit

É a antiga deusa da caça, seu animal sagrado era o cão. Neit era chamada: "aquela que abre os caminhos". As características desta Deusa são a sua grande capacidade de análise, paciência e senso de organização.


Personificação dos deuses...

Toth

É uma divindade auto-concebida, que apareceu no mundo sobre uma flor de lótus no amanhecer dos tempos. É um dos deuses primordiais. É o senhor das palavras, criador da fala e da escrita, deus do tempo e das medidas, criador de todas as ciências, portador das forças civilizadoras.

sábado, maio 07, 2005

Personificação dos deuses...

Hestia

Deusa dos lares e protetora da família, foi cortejada por Apolo e Poseidon, recusou-os e fez voto de castidade. Em troca disso Zeus permitiu-lhe ser venerada como deusa do fogo benéfico que aquece o lar dos pobres.

quarta-feira, maio 04, 2005

"Os Fortes Aspiram a Separar-se e os Fracos a Unir-se"

« O crescimento da comunidade frutifica no indivíduo um interesse novo que o aparta da sua pena pessoal, da sua aversão à sua própria pessoa. Todos os doentes aspiram instintivamente a organizar-se em rebanhos, o sacerdote ascético adivinha este instinto e alenta-os onde quer que haja rebanhos, o instinto de fraqueza forma-os, a habilidade do sacerdote organiza-os. Não nos enganemos: os fortes aspiram a separar-se e os fracos a unir-se; se os primeiros se reúnem, é para uma acção agressiva comum, que repugna muito à consciência de cada qual; pelo contrário, os últimos unem-se pelo prazer que acham em unir-se; porque isto satisfaz o seu instinto, assim como irrita o instinto dos fortes. Toda a oligarquia envolve o desejo da tirania; treme continuamente por causa do esforço que cada um dos indivíduos tem que fazer para dominar este desejo. »

Friedrich Nietzsche, in 'Genealogia da Moral'

terça-feira, maio 03, 2005

motivado por um post de um amigo...

Não sei quantas almas tenho

Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: Fui eu?
Deus sabe, porque o escreveu.

Fernando Pessoa

sexta-feira, abril 29, 2005

Neste fim de semana vamos todos meter...


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ontem foi o passado... hoje o existencialismo

« O homem é, não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso para a existência; o homem não é mais que o que ele faz. Tal é o primeiro princípio do existencialismo. É também a isso que se chama a subjectividade, e o que nos censuram sob este mesmo nome. Mas que queremos dizer nós com isso, senão que o homem tem uma dignidade maior do que uma pedra ou uma mesa? Porque o que nós queremos dizer é que o homem primeiro existe, ou seja, que o homem, antes de mais nada, é o que se lança para um futuro, e o que é consciente de se projetar no futuro. (...)

Mas se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é responsável por aquilo que é. Assim, o primeiro esforço do existencialismo é o de pôr todo homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir a total responsablidade da sua existência. E, quando dizemos que o homem é responsável por si próprio, não queremos dizer que o homem é responsável pela sua restrita individualidade, mas que é responsável por todos os homens." »

Jean Paul Sartre
Passado e existência... combinação perigosa.

quinta-feira, abril 28, 2005

hoje apetece-me citar Adorno

A pergunta "O que significa elaborar o passado" requer esclarecimentos. Ela foi formulada a partir de um chavão que ultimamente se tornou bastante suspeito. Nesta formulação. a elaboração do passado não significa elaborá-lo a sério, rompendo seu encanto por meio de uma consciência clara. Mas o que se pretende, ao contrário, é encerrar a questão do passado, se possível inclusive riscando-o da memória. O gesto de tudo esquecer e perdoar, privativo de quem sofreu a injustiça, acaba advindo dos partidários daqueles que praticaram a injustiça. Certa feita, num debate científico, escrevi que em casa de carrasco não se deve lembrar a forca para não provocar ressentimento. Porém a tendência de relacionar a recusa da culpa, seja ela inconsciente ou nem tão inconsciente assim, de maneira tão absurda com a idéia da elaboração do passado, é motivo suficiente para provocar considerações relativas a um plano que ainda hoje provoca tanto horror que vacilamos até em nomeá-lo.

O desejo de libertar-se do passado justifica-se: não é possível viver à sua sombra e o terror não tem fim quando culpa e violência precisam ser pagas com culpa e violência; e não se justifica porque o passado de que se quer escapar ainda permanece muito vivo, O nazismo sobrevive, e continuamos sem saber se o faz apenas como fantasma daquilo que foi tão monstruoso a ponto de não sucumbir à própria morte, ou se a disposição pelo indizível continua presente nos homens bem como nas condições que os cercam.

Resto do texto em: http://adorno.planetaclix.pt/tadorno14.htm

quarta-feira, abril 27, 2005

Porque há coisas mais importantes...

Porque não tens o direito de pedir isso...

Porque não vale a pena olhar para trás em busca de algo que não existe no presente...

Porque o futuro depende apenas das nossas opções e decisões...

Porque as recordações não passam disso mesmo... recordações...

Porque não quero!

terça-feira, abril 26, 2005

"Quem me dera que eu fosse o pó da estrada"

(Alberto Caeiro)

Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...

Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...

Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo...

Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse...

Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena...


segunda-feira, abril 25, 2005

A história da moral

(Alexandre O'Neill)

Você tem-me cavalgado
seu safado!
Você tem-me cavalgado,
mas nem por isso me pôs
a pensar como você.

Que uma coisa pensa o cavalo;
outra quem está a montá-lo.

domingo, abril 24, 2005

Escher revisitado

sábado, abril 23, 2005

Recortes


"Governámos como cavalheiros, saímos como senhores" in Público
  • Deviam era de ter governado como senhores e saído como cavalheiros...
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No trabalho, em fase de finalização, 91,4% dos inquiridos afirmam ler livros, mais do dobro dos que respondam desta forma em 2004, 44%. Entre os que lêem, 68,4% está a ler um livro de momento, face a 58% no ano passado. A maioria dos portugueses (29%) lê em média entre três a cinco livros por ano, mas apenas 6,1% afirma ler anualmente mais de 20 obras.

Também, o tempo médio dedicado à leitura aumentou, com pouco mais de um quarto da população inquirida (26,6%) a despender entre 30 minutos a duas horas por semana na leitura de um livro. in Diário Digital

  • Da maioria ao 1/4
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terça-feira, abril 19, 2005

Ontem fui ao cinema...

ver detalhe >>

segunda-feira, abril 18, 2005

Devaneios - 1

Lx, 18 de Abril de 2005, 19:20 (horas locais)

A vida agitada das grandes cidades é sem dúvida alguma um ambiente rico em ilações e pensamentos mundanos, que assumem um cariz filosófico à medida que vão sendo aprofundados, fatiados por entre um semáforo e outro e tornados eternos quando existe vontade. O retalho de um dado momento, na manta que é a familiaridade do ambiente.

Fiquemos logo pelo primeiro semáforo, a escassos metros do sítio onde habitualmente costumo estacionar a voiture . Não sei como o fui fazer, mas arranquei com o sinal vermelho e, por azar, era a polícia que estava atrás. É sempre com enorme satisfação que presenciamos a autoridade a exercer o seu dever de uma forma rápida e eficaz, contrariamente às bocas que se ouvem por aí que nunca estão onde são necessários, chegam 2 horas depois do alarme disparar, enfim, bocas infundadas e desprovidas, na sua totalidade, de qualquer tipo de razão.

Antes de a sirene tocar com vivacidade o seu tom de autoridade, já o sinal estava aberto, mas as leis existem para que possamos viver numa sociedade o mais ordeira possível, para que possamos fazer a nossa vida com a menor manifestação de medo possível e para que nos lixe sempre que possível.

E, como não há uma sem duas, levo um pequeno papel com as instruções de como pagar os meus pecados por ter a chapa de matrícula traseira em muito más condições.

Devaneios - 2

Dia 18 de Abril, 19:18 (horas locais), faltavam sensivelmente 10 minutos para regressarmos ao posto, quando o operador avisa todas as unidades que estivessem nas imediações do Aeroporto da Portela para estarem atentos a um veículo com as características que estavam a aparecer no nosso monitor e cujo proprietário dava pelo nome de Álvaro Vieira. Ao que vim a saber mais tarde, o veículo em questão estava sobre vigilância no parque do Aeroporto há cerca de um mês, não pelo que pudesse haver dentro dele, mas sim pelo seu dono, um pequeno traficante de diamantes.

Lembro-me de ter pensado que, caso fosse um bom dia não iria vislumbrar sequer um carro da mesma cor até ao regresso ao posto, caso contrário era apenas mais um dia. Neste momento passa um carro que correspondia à descrição do alerta emitido. Próxima verificação, chapa de matrícula. Não dava para ver claramente as letras, mas os números correspondiam. Era mais um dia.

Faz hoje 50 anos da morte de Albert Einstein...

«Deus não joga aos dados»... se tudo fosse relativo certamente que as opções das pessoas eram outras. Einstein teve de se contradizer a si próprio porque o mundo não estava preparado para a verdade.


domingo, abril 17, 2005

show me the way... baby!!

«
Não tens opção. Isto é a jaula da tua vida que te mantem encurralado no espaço mais ínfimo da tua existência...

»
Allegra Geller